O Carnaval de Ilhéus

O carnaval e a nossa incapacidade de realizá-lo
Arquivo/Google

O dinheiro que falta a Ilhéus falta a todos os municípios da Bahia. A crise financeira do município daqui não é diferente do município de lá. E por que outras cidades do mesmo porte - ou menores - conseguem realizar o Carnaval? Irresponsabilidade? Ou o sentimento de que é possível driblar a crise com planejamento e bom senso?

O próprio prefeito de Ilhéus afirmou: só iria realizar a festa se encontrasse apoio da iniciativa privada. Não encontrou. Afinal, onde está o erro? Se uma Prefeitura não consegue atrair sequer uma distribuidora de bebidas para realizar uma festa, no mínimo, regular, até com atrações de segunda categoria no ranking do "Axé baiano", do que mesmo será capaz?

E olha que não foi por falta de projeto não. Justiça seja feita. Alcides Kruschewsky, titular da pasta do Turismo, elaborou um Carnaval perfeito. No papel.

Mas esbarrou-se no "outro papel" que faz as coisas acontecerem.

A pergunta que se faz é: por que em Ilhéus é sempre assim? Com dinheiro ou sem dinheiro? Por que as coisas acontecem sempre "de última hora" sob a desculpa de que será feita apenas para não se passar em branco?

Cadê aquela proposta de campanha eleitoral onde se defendia um turismo planejado, um carnaval divulgado com antecedência e um calendário festivo capaz de atrair visitantes de todo o Brasil? Cadê?

A verdade é que o turismo de Ilhéus é tão amador quanto a nossa capacidade de realizar. Vemos o carnaval como despesa e não como investimento.

A conclusão que chegamos é que há uma grande distância entre o que se falou durante a campanha e o que se realiza durante a gestão. Essa gestão ou qualquer outra, diga-se de passagem.

Mas no caso desta destacamos um fato: se na campanha, o mote era "Por amor a Ilhéus", hoje diriamos, diante do cenário que é o Carnaval da Cidade: "pelo amor de Deus!".